sexta-feira, 20 de maio de 2011

 
' Mas não ignore o que eu sou por não ter forças em me decifrar, não fuja antes de saber o que eu posso fazer pra te dar uma vida. Seu medo é de ser feliz? Então dividimos esse pavor doentio da alegria, podemos partilhar o pânico de sorrir até que a tristeza não faça mais sentido a dois.
Se sua partida é mesmo inevitável, se seu sonho é mesmo indispensável, se sua vida é mesmo impenetrável, ao menos arrisque me carregar junto de você. 

' Saudades ficam violentas quando mudamos de endereço. Saudades ficam insuportáveis quando mudamos de sentido.Você confunde sacrifício com covardia. Compreendo. Eu confundo amor com loucura. Cada um tem seus motivos, sua maneira de se convencer que fez o melhor, fez o que podia.

' Incrível a habilidade que a vida ainda tem de transformar pequenos instantes em grandes momentos. Pequenas mudinhas de encontro em amigos sinceros que edificam tanto a alma da gente. Um pontinho de luz que acorda a noite. Uma voz que sussurra e que, mesmo tão distante, nos salva de tantos silêncios. Um fio resistente de esperança sustentando um bordado inteiro de sonhos. Esses abraços que, sem pedir licença, trazem encaixes perfeitos pro nosso tempo: a delicadeza atenta de quem persiste e a tão (quase) ausente paciência, que estica tanto os bons pensamentos.

Há quem tente encontrar novos milagres em territórios distantes, mas pra mim, não existe terra mais fértil que o coração da gente. Porque nos tempos de tantas lacunas e impossíveis, só mesmo as mãos de Deus para plantar tantos recomeços e mudar o rumo das tentativas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011


' Você é intensa, mas sua intensidade não costura para fora. Eu sou intenso, mas minha intensidade costura para fora antes mesmo de comprar os tecidos. Sei que não entendo nem metade do que já sentiu por mim. Por absoluta ausência de comunicação. Sei que não entende nem metade do que sinto por você. Por absoluta ausência de paciência. Eu preciso ouvir, você não precisa falar, nos amamos desinformados.

Maldita chuva que começou. Os relâmpagos são gravatas azuis em terno escuro. A sobriedade das sobras. A chuva sempre está vestida para velório. A chuva lava bagunçando. Deixa tudo mais sujo. Muito mais verdadeiro.

Pretendia dizer que
A solidão é cheia de boas intenções.



' Se não tiver paixão, se não tiver emoção, se não me arrancar do chão,
não serve.

' E daquele sentimento, distante e transferível, voltara inteira. Dona de si.
Só o amor tem um silêncio bom de morar, sem medos,"gritoso" e imenso.
Cabe a qualquer um - e em qualquer lugar - sentir a poesia das singularidades
que apesar de todas as circunstâncias, enche a vida de alegrias.


Amor não tarda nem esgota mesmo quando a gente não volta,
mesmo quando parece não está lá

(porque só parece mesmo).
Não exige loucas histórias nem grandes surpresas.
Às vezes, é só descansar um pouco no tempo e acreditar que tudo vai dar certo
que o amor, por si só, acontece.

terça-feira, 17 de maio de 2011

 
' É claro que é legal respeitar a solidão do outro, mas há um individualismo que de certa forma não faz a gente querer um amor, mas uma amizade. Não queremos nos desesperar por alguém, queremos mesmo é evitar o sentimento extremado. Se você pode sair e voltar a qualquer hora, se você tem o controle do que você pede num relacionamento, isso é tudo menos amor. Os relacionamentos hoje são mais acordos do que entregas, mas na verdade queremos alguém que possa nos reconhecer.
 
(…)
 
Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle. Mas aí o que fazemos? Amamos com limite para não sofrer.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

 

' Eu não tenho muitas respostas. O que eu tenho é.



' Por fora, já desistiu.
Por dentro, sempre descobre
alguma desculpa para recomeçar.

' Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Por que todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada.
 
 
' Não existe pessoa certa ou vida errada. Simplesmente nos impulsionamos em direção ao primeiro sinal de amor compartilhado, alguma fagulha ou sensação que utopicamente nos distancie da morte, rejuvenesça, preste algum significado ao ato natural de trocar o ar dos pulmões.




' A vida anda tão boa e tão tranquila. Se eu conseguisse resumir esse sentimento, diria que ele é inversamente proporcional aos julgamentos rasos, esses que podemos disparar com tanta facilidade e azedume. Parece que, ao contrário, quanto mais eu tento compreender as pessoas, num exercício cotidiano de aproximação e humildade, mais eu me sinto feliz. Com elas e comigo mesma.